domingo, 20 de setembro de 2009

Boas Recordações


Lembrando e relembrando
Todos aqueles momentos
Que convosco passei
E todos aqueles que ainda irei passar…

I A Viagem

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca irei esquecer,
Tão excitantes sentimentos
Que pairavam naquela
Tão agitada madrugada.

Nervosa mas empolgada,
Assustada mas meio feliz,
Estava eu naquele autocarro,
Entre entes queridos e desconhecidos
Bem conhecidos entre todos,
Mas que a mim nada diziam.

Não sei o que sentia e,
No entanto, sabia muito bem
Que o meu sentimento era confuso,
Talvez uma boa mistela de emoções,
Ou talvez apenas de medo e alegria se tratassem.

Sabendo que iria
Para um mundo dentro do nosso mundo.
Sabendo que iria
Para um lugar mágico.
Sabendo que iria
Para além das margens do Tejo.
Sabendo que iria
Para onde se admira,
E onde todos somos iguais.
Onde tudo é repleto de magia…

II A Chegada e o Primeiro Dia

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca irei esquecer,
A cerimónia das cinzas
Que alguns irmãos presentes
E outros tais que,
Por ordem do destino,
Só compareceram em espírito,
Relembraram suas promessas
E aventuras passadas
Em anos anteriores.

E tão grande grupo
Reuniu-se num só local
Para conhecer seus novos
Irmãos e irmãs.
E a água que nos acolheu e refrescou
Nessa enorme dinâmica de grupo.

Nunca irei esquecer
Tão grandioso dia,
Dedicado à perfeição
E aos Céus e às estrelas,
Que nos dão rumo
E apontam caminhos às nossas vidas.

E à noite que bem cantámos,
Honrando as cinco belas bandeiras,
Tão bem feitas e hasteadas,
De nossos grupos,
Tão amigos e tão rivais.

E mais uma vez nos reunimos
Aconchegados por baixo
De um enorme manto de estrelas,
Conversando e desabafando
Coisas que ficarão para sempre
Guardadas em nossos corações,
Enquanto esperávamos
Que o frio, o vento ou o sono
Nos levasse para o descanso dos lençóis,
Até chegar um novo dia…

III Segundo Dia

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca iremos esquecer,
O nosso tão grande “Mestre António Medeiros’’,
Ou simplesmente, o nosso amigo To Zé,
E as suas longas caminhadas matinais
Que poucos conseguiam acompanhar.

E as esculturas em barro
Que, de tão bem esculpidas,
Pareciam até seres animados e reais!

Nunca irei esquecer
Tão maravilhoso dia,
Dedicado à união
E à Terra e às energias positivas,
Que nos motivam
A dar o máximo de nós próprios
Para o bem de toda a família.

E a noite, tão fria e calma,
Repleta de tensão
Causada por todos nossos amigos
Que, mascarados de nossos rivais,
Tentavam retirar nossas bandeiras,
Algumas tão ilegalmente bem escondidas
Que geraram até alguns problemas…

E aposto que nunca irão esquecer
O desassossego e agitação
Que sentiram depois de ouvir
O meu tão forte e inquietante
Grito.
Alguns de vocês,
Meus irmãos,
Ainda não sabem o seu significado.
Pois não teve nenhum.
Foi somente um misto
De sentimentos inexplicáveis,
Que só com vocês os comecei a sentir.
E tão poderosos foram tais sentimentos
Que explodiram em todo o meu corpo
E se manifestaram na minha voz e boca
Pois, por mais que tentasse,
Não conseguiria contê-los.

E nunca irei esquecer,
As vossas caras aterrorizadas
E a minha frustração,
Por vos ter mostrado todo o bem
Que me estavam a fazer
Da pior forma de todas,
Mas talvez a mais inesquecível.

IV Terceiro Dia

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca irei esquecer,
Tão caloroso dia,
Dedicado à garra
E ao Fogo e à chama que existe dentro de nós
Que nos faz lutar e acreditar que,
Juntos, superaremos todos os desafios
E obstáculos colocados perante as nossas vidas.

E que dias tão calorosos passámos!
Mas o “Capitão Toalha” e o seu grande companheiro,
O “Grande Contador de Anedotas”,
Esses sim eram nossos grandes amigos!
E com sua enorme simpatia e dedicação,
Transformaram aquela tarde,
A mais refrescante e divertida de todas.

Nunca iremos esquecer,
A enorme partilha de carinhos e atenção
Realizada por todos,
Com atitudes altruístas,
Colocando todo o egoísmo de parte,
Para satisfazer os nossos irmãos,
Dando-lhes de comer e beber,
Com as nossas próprias mãos,
Mostrando-lhes todo o amor que sentíamos por eles…

Nunca iremos esquecer,
A Grandiosa Festa dos Elementos,
Que despertou
Variados sentimentos,
Sorrisos e amuos efémeros,
Alegria e tristeza,
Compaixão e nervosismo…

Nunca iremos esquecer,
A visita nocturna do Duende Mudo
Ou a divertida Caça à Namorada…

Nunca iremos esquecer,
Os teatros cómicos
Mas os mais marcantes foram mesmo
Aqueles repletos de dramatismo, tristeza e razão.

V Quarto Dia

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca irei esquecer,
Aquele dia fantástico,
Dedicado à conquista
E à Água e à vontade de viver
E de lutar para atingir os nossos sonhos!

Nunca iremos esquecer,
Mais uma daquelas tardes onde
Todos os elementos foram molhados e refrescados…

E quem é que se esqueceu
Da solarenga ilha tropical
De Kacabroa?!

E nem é preciso mencionar
Que nunca ninguém irá esquecer aquela noite!
Porque é impossível esquecer… isto:

“Somente apenas mais um...
Mas diferente dos demais...
Conheço melhor que a mais nenhum...
Embora muito pouco mais...
Apenas este pequeno…

Eu.”

“Para além do silêncio, a harmonia.
Para além das formas, a presença.
Para além da vida, a existência.
Para além da força, a energia.
Mais além no absoluto, no distante.
Onde todos são iguais.
Onde todos são um só:

A Alma.”

E ninguém irá jamais esquecer,
O Holocausto.
E sobre esse profundo momento
Mais nada digo,
Pois cada um de nós
O tem guardado na sua mente e em seu espírito,
E no papel, onde fez o seu compromisso
E o Colocou na Cápsula do Tempo.

VI Último Dia

Lembro-me tão bem!
Como se fosse hoje…

Nunca irei esquecer,
Aquele dia tão marcante,
Não só por ser o último dia naquele local tão especial,
Mas também porque havia um toque de melancolia no Ar
E um cheiro a despedidas…

Ninguém te esqueceu.
Ninguém te esquece.
E nunca ninguém irá esquecer-te...
Porque és nosso irmão e amigo.

“Porque sabemos que voltarás…
Porque sabemos que podemos contar sempre contigo…
Porque temos a certeza que nos amas com a alma…
Fica tu também com a certeza do nosso amor por ti!
Da nossa admiração e ternura…

Que as estrelas te iluminem o caminho.
Estamos a ver-te cá de cima.
Por isso porta-te bem.

Nunca te esqueças, se precisares,
Olha para cima e lembra-te do brilho de todos nós.

Desejamos que sintas protegido pela Terra.
Que os gnomos te guiem pelo caminho certo!

Sê feliz com o teu próprio Eu.

Que a chama interior que se encontra dentro de ti nunca se extinga, Tal como a tua boa disposição e alegria
Que tanto nos dá força e inspira.
Obrigado por tudo e por deixares esta chama ardente dentro de nós.

Que a Água esteja contigo nos bons e maus momentos,
De maneira a que os teus sonhos fluam sem que nunca desistas.

O Ar que inspiramos em química é denominado por O2,
Dois átomos que se completam:
Um deles és tu e o outro nós.

Obrigada por te dares a nós…

Gostamos muito de ti irmão!”

Nunca irei esquecer…
A nossa bandeira,
Que é símbolo de todo o nosso esforço e dedicação
Que colocámos em tudo e em todos,
E que colocou o Céu num bom caminho…

VII A Partida e o Regresso a Casa

Nunca irei esquecer nada disto!

Digo,
Sem hesitações:
Estes forma os melhores dias de toda a minha vida.

Já começo a sentir saudades…
Saudades daquele lugar
E do espírito,
E das orações e dos risos,
E do frio que faz quando anoitece,
E das noites de céu estrelado,
E dos dias de calor intenso…

(E sei que também sentem saudades de tudo aquilo!)

Mas principalmente,
Tenho saudades vossas!
Gosto muito de vocês…
Porque sinto-vos a todos como irmãos!

Vocês integraram-me quando entrei.
Sorriram quando me apresentei
Abraçaram-me quando chorei,
E animaram-me quando me desanimei.

Vocês são o melhor do mundo!
Obrigada…
Estou cheia de saudades!