segunda-feira, 23 de março de 2009

Um Curto Momento Longo


É impressionante como o tempo é enganador. Ilusório...
Quando estou contigo, o tempo
parece escapar-me por entre as mãos
e todas aquelas horas
tornam-se em míseros segundos.

Olho-te nos olhos e
perco-me nesse teu mundo imenso e profundo.
Os teus olhos fecham-se ligeiramente.
É sinal de que sorris.
Eu retribuo esse sorriso, sem hesitar.
Creio que, graças ao meu sorriso,
o brilhar dos teus olhos aumenta.
Tornas-te "transparente"
e consigo ver que estás feliz.

Depois o teu olhar torna-se espelhado, atento.
Consigo ver os meus olhos reflectidos nos teus.
Agora entrei no teu mundo.
Já não quero sair daqui!

Baixo o olhar para ver o tempo:
Passou mais uma hora.
Tu elevas o meu queixo
com a tua mão, tão delicada e carinhosa,
fazendo-me olhar para ti,
para esses teus lábios perfeitos,
para esse teu rosto angelical.

A tua mão caminha sobre o meu maxilar
e pára no meu pescoço quente.
A tua mão está fria.
Mas eu gosto desse frio, tão reconfortante para mim.

Olhas-me nos olhos
e muito lentamente,
encostas os teus lábios nos meus.

Amo-te.
De repente, sinto uma vontade imensa
de te mostrar todo o carinho e amor que sinto por ti.
Coloco as minhas mãos
ao longo do teu pescoço e beijo-te.

Pousas as tuas mãos nos meus ombros
e deixo-as percorrer o meu corpo.
Depois envolves os teus braços
em volta da minha cintura,
provocando um agradável arrepio nas minhas costas.

Abraçamo-nos.
Por momentos, penso ter forças suficientes para poder parar o Tempo.
Bem sei que não...
Eu continuo a ser uma simples humana.
Uma em milhões delas!

E o Tempo não pára!
Nem nunca irá parar.
Mas afinal, o que é o Tempo?!
O que são horas? São minutos.
O que são minutos? São segundos.
E o que são segundos?
Tudo isto é uma regressão infinita.
Ninguém sabe o porquê do Tempo controlar a minha vida.
Ninguém sabe o porquê eu de não poder controlar o Tempo!

Várias horas passaram...
Tenho de me ir embora.
Tenho de me separar de ti.
E, embora seja só por poucos minutos, horas, dias,
a saudade que irei sentir
terá sempre a mesma cotação.
Sentirei sempre
um profundo e incalculável vazio.

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