terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Elas Não Sabem de Nada

Ninguém percebe.
Ninguém sabe.

Fartam-se de me dizer
Para não confiar demasiado em ti.
Para não te tornar único,
Para não te tornar como certo.

Eu sei que não és
Um Futuro certo na minha vida.
Nada é certo.

Mas não me podem obrigar
A não tornar-te único,
A não confiar em ti.

Tu não és só o meu companheiro.
Tu és meu amigo.
O meu melhor amigo!
E só por isso, já és único para mim.

Não me podem dizer que não és de confiança!
Se és o meu melhor amigo,
És de confiança!

Elas dizem para não confiar muito em ti
Porque me podes trair, ou enganar.

Elas dizem isso porque não sabem de nada!
Não sabem pelo que eu passei.
Não sabem pelo que tu passaste.
Não sabem daquele beijo.
Não sabem pelo que nós passámos.
Sim, nós os três!

Não sabem o quão desesperada e desapontada fiquei.
Não sabem o quão zangado e frustrado tu ficaste contigo mesmo!
Não sabem como ela estava e como ela ficou!
Não sabem como eu fiquei com aquele beijo.
Não sabem o quanto te amei e o quanto te amo.

Não sabem do que fizeste aquela noite.
Não sabem o quanto conversámos aquela noite.
Não sabem o quanto chorei,
Não sabem o quanto choraste,
Não sabem o quanto sofremos,
Porque sofremos, os três.

Não sabem da vontade que tiveste que eu te desse um estalo,
Porque tu dizias-me que merecias.
Não sabem do quanto não te sentiste merecedor do meu amor.

Elas não sabem da vontade que senti,
Da vontade que senti em bater-lhe!

Mas não te dei um estalo.
Não lhe bati.
Não lhe bati, mas magoei-a.
Magoei-a muito.

Elas não sabem da confiança que agora temos,
Nós os três.

Elas dizem para não confiar muito em ti,
Porque me podes trair, ou enganar.

Mas tu contaste-me!
Contaste-me com o coração desfeito.
Contaste-me, frustrado contigo próprio,
Mas contaste-me.

Eu sei que posso confiar em ti,
Não só por isto, mas por muito mais!
Por isto, e por tudo o que fizeste.

Elas não sabem disto.
Nem precisam de saber!
E mesmo que soubessem, não me perceberiam!

Eu posso estar errada.
Posso estar muito enganada,
Mas eu acredito em ti!
Em ti, e nela.
Em vocês os dois!

Porque nós os três já vivemos situações
Que elas não percebem.

Adoro-te!
A ti, e a ela.
Adoro-vos!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Desespero dos Sentidos


Entro em casa.
Arrumo a mala num canto do quarto.
Vejo uma cadeira e sento-me.

Seguro a cabeça com as mãos.
Sinto-a pesada, dorida.

Encolho-me na cadeira.
Sinto-me pequena e inútil.

Dói-me os olhos
De ver o que vi.

Dói-me a cara
Das estaladas que recebi.

Dói-me os ouvidos
De ouvir o que ouvi.

Estou desesperada,
Deprimida, revoltada!

Nada me sai bem
Quando me esforço!

Até as palavras que escrevo
Nada têm a ver com o que sinto!
As palavras tornam as coisas tão superficiais.
Tão fáceis. Tão simples.

Choro.
Choro descontroladamente.
Choro sem parar.

Tenho um grito preso à garganta.
Mas por mais que grite e chore
A dor não passa.

Por mais que grite e chore!
Por mais que grite… e chore.

O meu olfacto absorve este meu cheiro,
Tão doce e tão horrível.
Tão solitário e tão desprotegido.

Passo as minhas mãos frias pelo um corpo dorido.
Quero sair deste corpo, mas não consigo.
Anseio desesperadamente sair daqui!

Sinto-me suja.
Estou suja.
Sinto-me doente.
Estou doente.

Quero-te.
Quero-te ao pé de mim
Mas não posso ter-te aqui.

Os nossos corações juntam
O que a distância quer separar.
Mas continuamos juntos.

Dói-me tudo.
Dói-me e grito.
Grito de desespero.

Oh,
Como estas saudades me matam por dentro!

Sentimento Assassino

Oh, mas que sentimento tão cruel,
Que me mói, que me destrói,
Que me mata por dentro.
Que dor que sinto
Ao sentir tudo isto!

Tenho tantas recordações,
Recordações que parecem tão distantes.

Oh, que sentimento este que me rói o coração,
As veias, a cabeça, a alma!
Oh, que sentimento tão pesaroso e insuportável!

Já tentei tanto e não consigo tirar esta dor de mim.
Saltar, raspar, tirar minha pele e minha carne,
Para ver se assim solto os meus pensamentos
E que com eles viajasse esta dor!
Já tentei tanto e nada resultou!

Só tu e poucos mais sabem como a tirar,
Como a expulsar.
Como me fazer feliz!

Oh, meu amor,
És tu quem eu recordo com tanta saudade!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Desespero Incontrolável

Quero fugir...
Quero desistir,
Quero baixar os braços.

Quero-te aqui,
Quero estar aí,
Quero estar contigo!

Quero sentir-me protegida,
Quero amar-te para sempre,
Quero ser muito feliz.

Só sei chorar
E não sei fazer mais nada!
E cada vez que tento fazer algo mais,
Com dedicação, empenho, criatividade,
Nada consigo senão descobrir mais razões para chorar!

Sinto um aperto na garganta.
Vontade de gritar,
De chorar ainda mais!
Os soluços não param.
Não sei quando irão parar.

Sinto-me cansada.
Exausta. Com dores de cabeça.
Sinto os meus músculos trémulos.
Sinto os olhos inchados e a arder como chamas.

Estou frenética.
O choro continua.
E cada vez que tento parar, não consigo.
É incontrolável.

A cabeça também arde.
O corpo todo arde.
Arde por dentro e por fora.
Em todo o lado!

O meu coração está acelerado.
Já perdi a conta a quantos cabelos já arranquei,
A quantas vezes ruí as unhas.

Olho para elas.
Estão horríveis.
Feias. Ensanguentadas.
O sangue cai pelos dedos abaixo.

Sangue.
O meu coração acelera.
Sinto-me indomável.

A única coisa que quero é dormir.
Dormir. Dormir. Dormir.
É a única forma de parar.

Ai, o quanto quero chocar contra um carro em alta velocidade!
Quero dormir!
Quero não pensar nisto!
QUERO PARAR MAS NÃO CONSIGO!

Isto é doentio.
Eu meto medo a mim própria.
Pareço revoltada.
Estou revoltada.

Quero sair daqui.
Quero fugir.

Não! Não quero nada disto!
O que eu quero mesmo é dormir!
Relaxar...

Mas só me sinto relaxada contigo.
Então tenho de fugir.
Fugir para perto de ti!

Oh! Pára. Pára!
Por que é que não paro de pensar assim?!

Por favor...
Será que o sono não vem?
Será que é preciso de bater com a cabeça para adormecer?
Saltar da janela?
Colocar-me à frente de um carro veloz?

Não! Não posso.
Eu só quero dormir.
Mas não quero dormir para sempre.

E o desespero continua...